24 de outubro de 2012

Eu não quis dizer adeus


Começo com um pedido de desculpas a todos os que eu não vi antes de partir. Desculpa aos que fizeram parte da minha vida a vida toda, e pra quem eu sequer consegui contar da mudança. Peço desculpa aos meus melhores amigos e maiores amores por não ter conseguido emendar o assunto por um tempo, curto tempo que fosse. Por não ter conseguido reagir bem, ou da forma esperada, por não ter procurado e até mesmo, por ter fugido. É bem verdade que tudo contribuiu para esse afastamento: trabalhei full time a última semana. Mas descobri que o que me impedia de falar sobre essa nova fase não era pura e simplesmente falta de tempo. Era medo.
Um medo enorme de me debulhar em lágrimas e ouvir dos meus pais que posso voltar se nada der certo. Um medo enorme de que (realmente) nada dê certo. Um medo enorme do novo trabalho, das novas pessoas e responsabilidades. De repente eu, que sempre me considerei (erroneamente) corajosa, me vejo com um medo enorme de olhar de verdade nos olhos da minha mãe, porque não terei aquele abraço bom quando chegar em casa, depois do trabalho. Ela não vai mais bater na porta do meu quarto, enquanto eu estiver lendo, para me dar o segundo beijo de boa noite nem vou poder gritar por ela quando me der conta de que entrei no banho e não peguei a toalha. Eu sei que eu preciso passar por isso, mas eu confesso que achei que seria mais fácil. Achei que seria pelo menos diferente do que está sendo. Achei que ia chamar todo mundo pra ir lá em casa, comemorar comigo esse novo momento, falar, brincar, sorrir, abraçar. Não consegui. Ainda não estou conseguindo digerir esta nova fase. Acho que as coisas ainda deverão levar um tempo para se acertar, pelo menos dentro de mim. Então eu peço um pouquinho de compreensão e um milhão de desculpas.
Não foram vocês que não me alcançaram, fui eu mesma que fugi.
Talvez, quando eu tiver certeza de que as coisas vão dar certo e de que eu vou conseguir arcar com minhas novas responsabilidades e contas, e quando eu deixar a minha nova casa com a minha cara, talvez aí eu possa comemorar. Possa chamar todo mundo pra falar do que deu certo! É isso mesmo que eu espero que aconteça. Então se eu fiz tudo ao contrário do que está previsto no script e se nem presente eu quis ganhar, me perdoem, mas foi o meu jeito de dizer que eu não quero que nada me seja dado para que eu me sinta mais próxima de quem eu amo. Eu não quero me abraçar e dizer adeus, porque eu não quero me despedir. Eu só estou um pouquinho mais longe, mas eu não fui embora. 



Um comentário:

  1. Tenho pensado muito em ti...na tua escolha e sim, no teu despreendimento em tomar as rédeas da tua vida...nisso tudo, quero deixar aqui registrado o orgulho que estou sentindo de ti...és uma mulher batalhadora e que certamente vai ser um grande exemplo para as nossas pequenas...tens muita coragem sim! Qto a tua casa, lembra que tens uma arquiteta a tua disposição para ajudar a encontrar o teu jeito de morar!!!
    Te amo guriazinha grande!!!

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