Sinceramente?
Eu quero ver 2013 pelas costas. Se me despedi com saudades de 2012, é com uma
imensa alegria que deixo 2013 ir embora. E já vai tarde. Não deixei de
agradecer todas as coisas que conquistei este ano. Fui muito feliz, muito
realizada e, não tenho dúvida, muito amada. Dei passos importantes e firmes,
mas debaixo de muito choro, muita dor (física), muita preocupação e muita dúvida.
Descobri que tenho mais incertezas do que nunca, e deixei muitas coisas que já
tinham se acabado, seguirem seu caminho (muitas vezes me atropelando) porque
eu, simplesmente, não estava certa da decisão que precisava tomar. Com isso eu
também descobri que, quando tinha menos preocupações, era muito mais corajosa. Que
o tempo e a maturidade nos dão muitos presentes, mas nos tiram a coragem de
arriscar. E às vezes é preciso tomar as rédeas e assumir o controle da nossa
vida, mesmo sem ter certeza de onde vamos chegar.
31 de dezembro de 2013
8 de novembro de 2013
O que importa é o que interessa
Esses dias uma amiga me escreveu
essa frase, só ela, e exatamente assim: “O que importa é o que interessa amiga.”
Fez todo sentido naquele momento, faz todo o sentido agora e desejo que faça
sentido para mim o resto da vida. Porque se preocupar com pouco é coisa de gente
vazia; se apegar a detalhes pode te fazer perder ótimas oportunidades de
sorrir; e não se permitir conhecer a essência das pessoas pode fazer de você uma
pessoa menos feliz.
21 de outubro de 2013
A coisa mais difícil que você vai ter que fazer
Vai chegar um dia em que você vai
ter que tomar uma decisão. Ou vai ter que escolher um lado. Ou vai ter que
escolher um dos seus sonhos pra colocar em prática.
Vai chegar um dia que você vai se
sentir tão espremida entre as suas paredes que vai precisar de tempo para
organizar as suas ideias. E de alguma garganta para gritar. O certo é que um
dia acontece, e a gente tem que fazer algo que é realmente difícil. Não difícil
como descascar uma abóbora, andar de patins ou manter o fôlego durante uma
corrida. Algo difícil e que pode mudar a sua a vida para sempre.
23 de setembro de 2013
Viver é transgredir
Sábado passado eu estava no carro com as minhas duas irmãs,
de 3 e 8 anos, quando buzinei para um carro que saia da garagem sem olhar o
movimento. Como elas riram, e a carona era curta, buzinei mais várias vezes
durante o percurso. Cumprimentamos a lua, todos os cachorros pelos quais
cruzamos, buzinamos para os carros estacionados, e para tudo o que se mexia –
como moramos em um bairro sem trânsito algum, não estávamos atrapalhando
ninguém. Depois de um tempo, a Helena me olhou e disse. “Ai mana, chega, que
vergonha!”. Eu logo arregalei os olhos. “Vergonha de quê?”. “Tá todo mundo nos
olhando, né?”. Não. Claro que não estava todo mundo nos olhando já que
estávamos dentro de um carro com insulfim, numa rua sem movimento algum. Mas eu
também já pensei assim.
28 de agosto de 2013
O que eu nunca te disse
Hoje eu acordei pensando como
todas as coisas poderiam ter sido diferentes se, naquele dia, eu tivesse
preferido encarar o frio enrolada em alguma coberta, comendo uma “gordice” boa
e vendo um filme que valesse a pena. Como as coisas poderiam não ser mais o que
são se eu tivesse desistido, antes de tentar, como quase aconteceu duas vezes. Eu
lembrei dos nossos passeios e programas, da novidade de se conhecer de novo, do
cuidado, das vezes que me peguei pensando em como conseguimos sobreviver à
distância, como conseguimos ser pacientes quando preciso, como superamos as
coisas ruins que nos rondaram por esses dias.
21 de maio de 2013
Tempo de introspecção
Precisei recolher minhas partes que andavam perdidas
em uma estrada dividida por duas cidades. Precisei aprender a conviver com a
saudade e entender a companhia que me esperava todos os dias depois do
trabalho. Precisei mergulhar no luxo e na solidão de uma casa onde não havia
mais ninguém além de mim mesma. Entendi o que se esconde naquele barulho bom de
ouvir, de casa cheia. E por isso, sozinha, liguei a TV todas as vezes que
cheguei em casa. Chorei por coisas fáceis de serem solucionadas. Abri gavetas
para sangrar feridas que não tinha ideia que continuavam abertas.
18 de março de 2013
O tamanho da dor
‘A dor é inevitável. O sofrimento é opcional’. A
máxima de Drummond sempre me inspirou. Se tem uma coisa que me deixa doente, é
gente que insiste em sofrer, que não se conforma apenas em estar triste, em
chorar, em sentir dor. Não. É preciso chamar atenção, fazer com que os outros
se preocupem, sair todo dia com cara de dor, olheira e roupa feia que é para o
mundo ver como aquela, é mesmo, uma pessoa sofrida. O problema, então, é que
como não quero ser assim, quase não me permito sofrer.
25 de fevereiro de 2013
Sobre não saber
Eu sempre fantasiei muito as coisas. Sempre, desde
pequena. Já escrevi sobre isso. Eu olho pra uma pessoa que nunca vi na vida e
traço a sua biografia inteira. Eu não sei nada sobre ela, absolutamente nada.
Mas inventar uma história sobre a sua vida inteira, também desperta coisas em
mim, boas e ruins, e por isso essa mania nunca vai embora. Eu me sinto ‘cheia’
por não saber e, por isso, poder inventar, e me alimentar dessa invenção.
8 de fevereiro de 2013
Em paz comigo
Prometi que não deixaria que as coisas velhas me
afetassem mais e que permitiria, de todo o coração, que o passado passasse de
verdade. Que o que ficou para trás não seja tão valorizado e que eu não
desprenda tanto tempo e fôlego pensando no que, simplesmente, não tem solução.
O que não está ao alcance das minhas mãos é simplesmente observado agora por
mim, e já me prometi não sofrer pelo que não tenho como mudar. Tento aprender diariamente
o quanto não tenho controle sobre todas as coisas que acontecem ao meu redor e
já não me sinto mais tão culpada de não conseguir prever meus próximos passos.
Durmo e acordo em paz porque já não ocupo a minha cabeça com bobagens e tenho
certeza de que, sempre, tem algo bom que me espera mais adiante. Estou em paz
comigo, não tenho nada a esconder, dores a anunciar e pessoas em quem jogar a
culpa de tudo o que não está bem. Aconteceu exatamente o que tinha que
acontecer. Os próximos passos dependem apenas de mim.
6 de fevereiro de 2013
De volta
Comecei a academia. Comi pão integral. Fiz as unhas e
cortei o cabelo de um jeito diferente. Comprei um guarda roupas novo e estou a
espera dos móveis da cozinha. Tenho três novas plantas. Fiz meu chimarrão, voltei
a ler e aqui estou: também voltei a escrever. Tirei férias do trabalho, de mim,
do blog, e me dei ao luxo de também deixar para trás meus medos. Vida nova nas
férias! Chegando em casa encontrei tudo exatamente como havia deixado. Tudo.
Nada. Um imenso vazio de uma casa estranha, sem pessoas para conversar.
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