11 de maio de 2012

De bom que é

De tão bom que é, tenho medo quando você vai embora.
Quando não fala baixo, quando não dá tchau, quando não avisa se vai, se não vai. De tão bom que é, às vezes me sinto perdida dentro deste corpo que quase levita misturado em sentimentos que minha idade não sabe explicar e que brigam com as regras que sempre me impus.
Eu chego a ter medo. De te deixar sair, de não te ver amanhã, de que todas as coisas boas que existem aqui se vão, assim como aquelas outras que conseguimos deixar para trás. De tão bom que é eu também tenho medo de todas aquelas coisas. Tenho medo que elas voltem, que se imponham aqui, onde já quase não existem mais. Tenho medo que essas mesmas coisas nos entristeçam, nos balancem, nos façam mudar.
De tão bom que é dá frio na barriga quando te vejo, acelera o coração quando o telefone toca.
De tão bom que é eu me sinto viva todos os dias. Eu tenho vontade de ser mais e melhor a cada passo. Eu quero procurar crescer, eu quero conseguir por mim, eu quero chegar lá. Em um lugar bem bom, onde sei que
você também vai estar. Perto das coisas boas. Do que faz bem.
Se durar pouco?
Sinceramente, agora não importa. Você era a ponte que eu precisava atravessar. Você era as coisas que eu precisava me permitir. Você era os desejos que precisavam ser realizados.
E se acabar amanhã, poderei dizer que duramos todo o tempo que foi necessário para nos fazermos felizes. Para ficarmos bem.
Porque no final das contas, é isso, e apenas isso, o que todo mundo quer: ficar bem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário