Fiquei bem frustrada ontem quando tentei, por várias e várias
vezes começar um novo texto, sobre os mais variados assuntos. Apenas encarei e
aceitei a realidade: eu não sou uma escritora. Eu não sei escrever sobre
qualquer coisa, eu não sei escrever sem ter uma inspiração, eu não sei escrever
com pressa, nem cansada, nem atrasada, nem com sono. E às vezes tenho um ótimo
título na cabeça e ‘pum’, ele estava aqui mas sumiu porque eu não soube aproveitar
que tinha a ideia e me prontificar a pegar um lápis e um papel ou apenas parar
quieta na frente do computador.
Percebi que a situação se agrava ainda mais quando
não estou passando por um momento difícil: escrever o que quando nada me
angustia? Então .. se uma ‘escritora’ não consegue escrever sobre felicidade
ela deve ser chamada de qualquer outra coisa, mas não de escritora. Letrada
talvez seja um bom nome.
Escrever é um hobby para mim desde que sou muito
pequena. Escrevo quando tenho vontade, quando estou com um discurso engasgado,
quando uma cena me comove, enfim. Mas preciso de um motivo para escrever.
Percebi que apenas querer não é suficiente. Não sou uma escritora diária, não
posso ser. Não posso assumir um compromisso com qualquer tipo de leitor porque
não consigo ser escritora todos os dias.
Sou várias outras coisas, como irmã, filha, amiga,
impaciente, sincera, medrosa, maniática e jornalista. Isso eu consigo (e
preciso) ser todos os dias.
Mas para a minha frustração, não poderei nunca ser
uma escritora diária, não tenho talento para isso. Portanto contentem-se, meus
poucos e queridos leitores, que eu também vou tentando aceitar aqui, que
preciso de motivos para escrever. E que apenas o cotidiano não me inspira; eu
preciso de mais.
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