30 de maio de 2012

Eu não sou uma escritora


Fiquei bem frustrada ontem quando tentei, por várias e várias vezes começar um novo texto, sobre os mais variados assuntos. Apenas encarei e aceitei a realidade: eu não sou uma escritora. Eu não sei escrever sobre qualquer coisa, eu não sei escrever sem ter uma inspiração, eu não sei escrever com pressa, nem cansada, nem atrasada, nem com sono. E às vezes tenho um ótimo título na cabeça e ‘pum’, ele estava aqui mas sumiu porque eu não soube aproveitar que tinha a ideia e me prontificar a pegar um lápis e um papel ou apenas parar quieta na frente do computador.
Percebi que a situação se agrava ainda mais quando não estou passando por um momento difícil: escrever o que quando nada me angustia? Então .. se uma ‘escritora’ não consegue escrever sobre felicidade ela deve ser chamada de qualquer outra coisa, mas não de escritora. Letrada talvez seja um bom nome.
Escrever é um hobby para mim desde que sou muito pequena. Escrevo quando tenho vontade, quando estou com um discurso engasgado, quando uma cena me comove, enfim. Mas preciso de um motivo para escrever. Percebi que apenas querer não é suficiente. Não sou uma escritora diária, não posso ser. Não posso assumir um compromisso com qualquer tipo de leitor porque não consigo ser escritora todos os dias.
Sou várias outras coisas, como irmã, filha, amiga, impaciente, sincera, medrosa, maniática e jornalista. Isso eu consigo (e preciso) ser todos os dias.
Mas para a minha frustração, não poderei nunca ser uma escritora diária, não tenho talento para isso. Portanto contentem-se, meus poucos e queridos leitores, que eu também vou tentando aceitar aqui, que preciso de motivos para escrever. E que apenas o cotidiano não me inspira; eu preciso de mais.

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