24 de maio de 2011

Sei lá

Sei lá quem quero enganar, se mais a mim do que aos outros. Não paro de pensar. É como se as coisas ainda fossem as mesmas depois de toda minha certeza depois daquela conversa. Um dia isso vai acabar?

Tenho medo de me distanciar tanto de você a ponto de não me enxergar mais. E isso não poderia acontecer não é mesmo?

Mas muito de mim se deve a isso. A essa vida que temos.

Acho que as vezes não te explico direito a razão de tudo isso acontecer. Não poderia ainda dizer que estou satisfeita, nem com a situação, nem no que me deixei envolver, nem comigo mesma.

Também tenho medo de que as coisas mudem. Talvez tenha medo de te ver mudar sem mim. Mudar pra quem então?

E eu disse tanto que isso não se repetiria.

É bem verdade que meus pés já estão no chão. É bem verdade que eu não quero mais tentar: queria conseguir uma vez.

Ninguém pode ser mais por ninguém além de ser para si mesmo.

Eu mesma já estou raza de palavras e vazia de ideias. Já não sei o que esperar de mim.


E quem escreveu este texto, está a base de Gal Costa: Socorro

“Socorro, não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar, nem pra rir
Socorro, alguma alma, mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor, nem dor, já não sinto nada
Socorro, alguém me dê um coração
Que esse já não bate, nem apanha
Por favor, uma emoção pequena
Qualquer coisa

Qualquer coisa que se sinta
Em tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva

Socorro, alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento, acostamento, encruzilhada
Socorro, eu já não sinto nada”




Por Manoela Soares (@manunsoares)

2 comentários:

  1. As vezes esses textos cabem tão bem quanto aquelas calças tamanho 42, quando eu era magrinha! Lindo gorda!

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  2. "ninguém pode ser mais por ninguém além de ser para si mesmo". frase perfeita! e acho que é nela que tu pode encontrar todas as tuas respostas, meu amor.

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